Beth Harbison – Sapatólatras Anônimas

Adorei!!! Com uma afirmação de Marian Keyes de que “não conseguia deixar o livro de lado” na capa, Sapatólatras Anônimas já tinha me conquistado. Se a própria diva do chick-lit amou o livro, o que resta para nós pobres mortais?! Eu já desejava este livro há muito tempo desde que li uma resenha da Camila no Leitora Compulsiva, mas o dinheiro nem sempre nos ajuda e algum livro sempre acabava passando por ele na hora das compras! Porém, estes dias estava passando por um dos sebos aqui da minha cidade que eu sempre verifico (porque já encontrei obras maravilhosas) e lá estava ele, sorrindo para mim. Em ótimo estado e por um precinho camarada! Claro que levei né!

Achei o livro super divertido, empolgante e emocionante. Que conta a história de quatro mulheres com vidas bem diferentes, mas ligadas por uma mesma paixão: sapatos. Tudo bem! Na verdade uma delas não ama sapatos, mas acaba se unindo às outras para resolver um de seus muitos problemas no emprego.

Helene é casada com um político salafrário que não dá bola para ela e ainda pr cima é infiel. Lorna gastou todo o seu dinheiro em sapatos e agora tem uma dívida de mais de $ 30.000! Não tem nem dinheiro para pagar a conta de luz. Sandra nunca sai de casa por medo das pessoas e vergonha de seu peso. Jocelyn é babá em uma casa de ricos que a maltratam demais.

Todas tem dramas profundos que foram muito bem abordados pela autora. E o desenrolar da trama é extremamente divertido. Ri demais com as peripécias das personagens, que são genuinamente engraçadas. E consegui me identificar DEMAIS com elas, apesar de não ligar muito para sapatos. Não que eu não ache lindo usar um salto alto, mas gosto muito dos meus tênis, confortáveis e casuais. Vou confessar que não ando muito bem de salto, prefiro mesmo os meus Nikes. Mas dá pra entender os gastos absurdos de Lorna porque me sinto exatamente como ela em relação aos livros. Sempre tentando justificar uma nova compra como um investimento e indo à loucura com a fatura do cartão de crédito. Até rola no livro um momento muito Becky Bloom, quando Lorna tira um cartão de um pote de sorvete congelado (não era um bloco de gelo, mas foi tão engraçado quanto)!

Recomendadíssimo para as amantes de chick-lit. Mas atenção, este livro é para um público mais maduro. Talvez as garotas mais jovens não gostem tanto da temática proposta. Os problemas enfrentados pelas protagonistas são bem pesados. Porém tudo depende do seu gosto, eu sempre adorei este tipo de leitura. Mesmo com 13 anos já lia Marian Keyes, a rainha dos fortes dramas nos romances de mulherzinha.

Espero que se divirtam tanto quanto eu com este livro delicioso!

Avaliação (de 1 a 5):

Lili St. Crow – Traições

Traições, de Lili St. Crow é o segundo volume da série Strange Angels. Se você ainda não leu a resenha do primeiro livro que eu escrevi aqui no blog, não perca tempo!

No volume anterior conhecemos Dru Anderson, uma garota durona que passa por poucas e boas vivendo no Mundo Real, onde os monstros de nossos piores pesadelos são reais. Ela já perdeu a mãe, a avó e o pai. Mas depois de enfrentar diversos perigos ela encontra em Graves e Christophe a ajuda de que precisa.

O livro começa exatamente onde parou o primeiro. Dru chega à Schola onde Christophe a levou para ficar sã e salva. (Super idêntico ao livro Tormenta, se me permitem dizer)… Ali ela vai conhecer outros djamphir e garotos lobisomens.

Dru acaba de descobrir que é uma svetocha, meio-vampira, e que seu sangue é muito perigoso, principalmente agora que ela está prestes a desabrochar. Por isso os chupa-sangues (como a autora chama os vampiros) estão atrás dela o tempo todo. A garota ainda tem de lidar com o medo de um novo encontro com Serjeg, o chupa-sangue que matou sua mãe e transformou seu pai em zumbi.

Bem, o que posso dizer sobre o livro?! No meu ver, 300 páginas se passaram e nada demais aconteceu. A tão falada traição que dá nome ao livro ainda não está bem declarada para mim e a tradução continua deixando a desejar. Se você já leu a resenha do primeiro livro sabe o quanto eu fiquei chateada com a quantidade de expressões esdrúxulas e uso do “cê” como pronome. Felizmente eles aboliram o “cê” deste livro, porém expressões como pelamordedeus e meudeusdocéu escritas exatamente desta forma e repetidas vezes (quando digo repetidas quero dizer repetidas meeeeeeesmo) quase me levaram à loucura.

O uso da narração em primeira pessoa continua atrapalhando muito o desenvolvimento da leitura porque, convenhamos, a cada fala de um personagem temos de ler três parágrafos de pensamentos de Dru antes de saber a resposta para o diálogo. E depois de certo tempo os pensamentos da garota ficam chatos! Além do uso constante de palavrões por todo mundo, isso me deixou mega irritada. Não estou acostumada com este tipo de literatura tão pesada. Faz parecer que todos os adolescentes do mundo tem a boca suja e não conseguem dizer uma frase sem a palavra porra.

O que continua salvando Lili St. Crowd é a qualidade de sua trama. O enredo e a estória em si são muito bons. A série tem tudo para dar certo. Com um pouco mais de esforço da editora na tradução e se a autora passasse a nos apresentar a visão de outros personagens o livro seria perfeito.

Eu recomendo esta série por ser tão diferente de tudo que já lemos, tem muito potencial. A editora poderia ter mantido o título original, como fez no primeiro volume. Assim como na série Fallen, de Lauren Kate, ficou muito esquisito o primeiro volume em inglês e o segundo traduzido. Mas enfim, eu até daria 4 estrelas, mas o final não me animou tanto. Eu espero que o próximo volume seja melhor desenvolvido pela autora e estou ansiosa por Jealousy e Defiance.

Avaliação (de 1 a 5):