Gostei desse livro mais do que esperava!
O bom de iniciarmos uma leitura sem qualquer expectativa (como no meu caso com Não sou este tipo de garota), é que a probabilidade de nos surpreendermos positivamente é enorme! Mesmo que seja uma surpresinha, é sempre melhor do que nada, não é mesmo?!
No meu caso, li tanto resenhas positivas quanto negativas da obra em questão, que me fizeram ter curiosidade o suficiente para pedi-la à editora. Achei, falando francamente, que tenderia para o lado das resenhas negativas, pois o livro parecia ter uma proposta rasa e muito juvenil.
Porém, como já disse, acabei sendo levada pela narrativa e terminei o livro super rápido. Natalie Sterling me conquistou como protagonista e a trama foi bastante envolvente.
Conhecemos a história desta garota, que não é uma típica estudante do ensino médio. Natalie, muito pelo contrário, tem ótimas notas, almeja um futuro de sucesso, estuda bastante e o principal: não está nem aí para garotos.
Como o próprio título já diz, ela não é AQUELE tipo de garota. Entretanto, o principal questionamento do livro é até onde podemos dizer que o comportamento das jovens nessa fase da vida é errado.
Natalie começa seu último ano letivo e se depara com uma caloura de quem foi babá. Spencer tem um comportamento extremamente vulgar, e o justifica dizendo que não é correto que a escola iniba seus instintos sexuais e mais um monte de baboseiras.
Natalie tenta ajudá-la de várias formas, mas acaba se vendo do outro lado da moeda. Se na superfície ela tenta mostrar a todos o quanto é boa moça e agradar aos professores, por trás da aparência ela acaba se apaixonando por um garoto que vai contra tudo que ela acredita.
Connor é um dos populares da escola. Muito cobiçado pelas garotas, ele não tem quase nada a ver com Natalie. Apesar de ser rico, não deseja fazer faculdade e não pode ter com ela os altos papos cabeça tão desejados pela moça. Mesmo assim, a paixão não escolhe hora e nem lugar para aparecer…
Assim o ano vai passando e a protagonista não sabe o que fazer. Ela fica cada vez mais distante da melhor amiga, não consegue se dedicar as atividades extracurriculares e está cada vez mais próxima de Connor.
Acho que o slogan do livro “a linha entre o certo e o errado foi distorcida” se aplica muito bem à obra. Eu, pessoalmente, refleti bastante durante a leitura sobre o que considero certo e errado.
Ficou bem óbvio que a autora quis passar a idéia de que se focar somente nos estudos e julgar mal quem não faz o mesmo é uma coisa errada. Porém, não sei se consigo concordar com essa premissa. Sim, acho que devemos nos divertir durante a juventude e sim, acho que algumas atitudes da Natalie no livro expressam bem isso. Mas, me questiono se não é por incentivar os jovens a pensar dessa forma que as coisas estão como estão. Eu saí do ensino médio não faz muito tempo e só posso dizer que as coisas estão feias por lá.
Quem sabe se o mundo não abrigasse um pouco mais de Natalies não tivéssemos mais jovens empregadas, mais gente buscando se profissionalizar e não se contentando com pouca coisa.
Me lembro bem que, na minha escola, o objetivo de todos era sempre ter a nota da média. Apenas o suficiente para passar de ano. Enquanto isso, meu objetivo sempre foi a nota máxima. Obviamente, nem sempre eu conseguia, mas isso não quer dizer que eu iria almejar menos do que um 10!
Enquanto lia, pensava em tudo isso, e mesmo torcendo por Connor e Natalie, não pude deixar de analisar a mensagem que Siobhan Vivian quis passar com o livro.
Enfim, além da história legal, o livro rendeu uma bela reflexão, o que é sem duvidas estimulante e já faz Não sou este tipo de garota valer a pena. Recomendo!
Avaliação (de 1 a 5):