Ken Follett – Queda de Gigantes

Queda de Gigantes, romance de audaciosas 912 páginas, é o primeiro livro da trilogia O Século. Conhecemos através dele os acontecimentos do primeiro terço do século XX, cujo mote central está na Primeira Grande Guerra (ou Primeira Guerra Mundial, como passou a ser conhecida depois) e também na Revolução Russa, que pode ser considerada uma das consequências da guerra.

Bem, vocês já devem ter a ideia clara em suas mentes leitoras de que este é um livro para pessoas que apreciem profundamente a história mundial. Quem não gosta deste assunto, não gostava ou gosta, embora duvide muito que quem está na escola vá ler o livro dessa matéria, dificilmente conseguirá chegar às duzentas páginas, que dirá ao final da obra.

Eu, por outro lado, sempre fui fã do assunto, principalmente a parte que diz respeito à história moderna: os detalhes das Grandes Guerras sempre me fascinaram. Embora não goste de gravar datas, saber como foi que as coisas se sucederam é extremamente satisfatório para minha mente curiosa.

O fato de ter mais de 900 páginas não quer dizer que o livro é uma narrativa monocórdia e exaustiva dos fatos da guerra, muito pelo contrário. De forma brilhante, devo salientar, o autor conseguiu contar uma série de fatos relevantes: os detalhes históricos e muitos  protagonistas reais, envolvendo-os em um romance ficcional que retrata a vida de cinco famílias.

Na Grã-Bretanha conhecemos a família Williams. O pai é um sindicalista, o filho, Billy, trabalha em uma mina de carvão e a filha mais velha, Ethel, trabalha na casa do conde Fitzherbert, dono das terras onde eles moram.

Também acabamos por conhecer a família Fitzherbert, cujo patriarca, o conde, tem uma crença profunda na imutabilidade das classes sociais. Para eles os pobres sempre foram e sempre serão inferiores. Ele é casado com a chatíssima princesa Bea, uma russa que tem tanta beleza quanto frieza em seu coração. Em contraponto à eles, e para salvar a família na minha opinião temos a irmã do conde, uma jovem feminista, que defendo os direitos das mulheres ao voto e cuida de um programa que assiste mães solteiras em Londres.

Nas ruas de Moscou conhecemos Grigori Peshkov, um russo que tem o sonho de ir morar na América arruinado pelo seu irmão inconsequente, Lev Peshkov. Forçado a ficar em seu país, ele acaba sofrendo as consequências dos dias difíceis que estão por vir, enquanto Lev continua ainda mais irresponsável nos Estados Unidos.

É deste país que vem Gus Dewar, assessor do presidente Woodrow Wilson. Ele é um jovem que terá muita influência sobre os acontecimentos futuros, e acompanhamos suas experiências tanto no campo diplomático quanto na vida pessoal.

Para finalizar, da Alemanha, cujo ponto de vista não poderia faltar por motivos óbvios, vem Walter von Ulrich, um jovem idealista, cheio de sonhos e desejos que estão prestes a ser adiados (ou destruídos) pela guerra.

Cada um deles, seus familiares e pessoas próximas, acabam nos contando suas histórias. Conhecemos seus sonhos, medos, desejos mais íntimos e mergulhamos em uma intrincada rede que acaba por conectá-los em um dos eventos mais marcantes e tristes da história da raça humana.

Como pudemos chegar ao ponto onde o orgulho, puro e simples, arrastou milhões de pessoas para a morte cruel e sangrenta, sem honra, sem motivo e sem explicação?

Ken Follet, além de nos dar uma aula de história cuja maioria dos detalhes eu já conhecia nos apresenta personagens cativantes que poderiam muito bem ter existido naquela época. Muitos deles me deram esperanças de que atrocidades como a das Grandes Guerras jamais ocorrerão novamente. Porém, nós humanos, sempre surpreendemos com novos atos injustificados e estúpidos, na maioria das vezes. No final do livro os próprios personagens dizem ter certeza de que não deixariam outra vez uma guerra como aquela acontecer (pensamento que eu tenho certeza que foi real para quem viveu aqueles dias) e nós sabemos muito bem que foi possível sim, apenas alguns anos depois, acontecer coisa ainda pior!

Eu, particularmente, estou muito curiosa para ler o próximo volume, que ainda não foi lançado, pois a Segunda Guerra Mundial é ainda mais fascinante e triste que a primeira. O personagem Adolf Hitler sempre me impressionou muito. Também estou curiosa para saber se o autor, como todo bom americano, irá jogar a culpa toda em cima deste homem. É um crime dizer que apenas uma pessoa demoveu outros tantos milhões a se matarem, embora seja inegável sua grande contribuição. Acho, porém, que o autor não irá fazer tal coisa, pois em Queda de Gigantes ele demonstrou uma imparcialidade pouco vista em obras de ficção que tratam deste assunto.

Seja como for, só tenho a dizer que amei o livro e que recomendo muito para quem, além de conhecer uma história rica e mágica de amor, traições e ganância, quer ter uma noção de como um dia já fomos longe na busca por poder e como podemos evitar que isso aconteça novamente.

Um ponto importante a ser ressaltado é a edição impecável da editora Sextante. Não foi possível a mim encontrar um erro sequer durante toda a leitura, fato que é louvável e merece os devidos créditos.

Avaliação (de 1 a 5):

Lauren Weisberger – Uma noite no Chateau Marmont

Eu adoro Lauren Weisberger! Escritora de chick-lits com um tempero bem diferente dos demais, nos livros dela encontramos protagonistas fortes, bem empregadas e, muitas vezes, já casadas com o homem dos seus sonhos. Por isso mesmo, as situações descritas por ela podem ser ainda mais reais do que na maioria dos outros chick-lits, onda a mulher está um pouco acima do peso, tem um emprego ruim quando tem e nenhum perspectiva agradável no campo romântico.

Um Noite no Chateau Marmont é incomparavelmente melhor ao último romance dela que li (A Caça de Harry Winston, que achei muito fraquinho), e conta a história de Broke.

Ela é uma mulher decidida e batalhadora. Há cinco anos conheceu Julian Alter, um músico que a encantou imediatamente. Ela foi atrás do rapaz e descobriu que, além de tocar muito bem, ele era simpático e gentil. Os dois se casaram e durante todo esse tempo Broke sustentou o fardo de trabalhar em dois empregos e cuidar da casa, tudo para que Julian seguisse o sonho de ser um músico famoso.

Ela não se importa com isso, pois ama muito o marido, e o amor é recíproco. Os dois formam um casal muito fofo, que tem companheirismo, afeto e carinho entre si. Pelo menos este é o quadro em que começa o livro.

Porém, a vida dos dois está prestes a mudar. Isso porque Julian entra no circuito das celebridades instantâneas! Aos poucos, as pessoas começam a prestar atenção nele e logo a vida de Broke está repleta de agentes, gravadoras, shows e viagens.

Para acompanhar o marido, ela acaba se dedicando menos aos dois empregos, mesmo sabendo que é isso que ama fazer e que necessita de ambos para conseguir a experiência necessária para abrir seu próprio negócio.

Agora o embate está criado, Julian quer que ela esteja presente e acaba se transformando com a chegada da fama, já Broke continua fazendo de tudo para salvar o casamento, os empregos e devotando tudo ao marido, que ela realmente ama muito!

O título do livro fala sobre o Chateau Marmont, um local onde estrelas do rock e atores famosos sempre se hospedam e onde Julian e Broke percebem pela primeira vez o quanto suas vidas irão mudar com a fama e o dinheiro. O Chateau também é palco do maior conflito de todo o livro mas esse vocês terão de ler para saber.

Com certeza Lauren merece aplausos pela narrativa bem feita, o livro é rápido de ler e muito gostoso. Fiquei o tempo todo torcendo pelo casal, ao mesmo tempo em que pedia a Broke um pouquinho de ação contra tudo o que acontece com ela!!! Eu não teria tanto estômago quanto ela, disso tenho certeza!

A única coisa que tira o livro da galeria dos favoritos é o desfecho. É comum nos livros da autora, e do gênero chick-lit em geral, dar um desfecho corrido, que não me anima tanto como quando as coisas se resolvem vagarosa e explicadamente. Mesmo assim, 5 estrelinhas para o livro, que está super recomendado!

Avaliação (de 1 a 5):

Diana Peterfreund – Ritos da Primavera

O melhor da série! Ritos da Primavera, terceiro volume da série Sociedade Secreta, foi o mais incrível e bem escrito até o momento. Mesmo que eu tenha dado a nota máxima, merecidamente diga-se de passagem, aos outros dois volumes (Rosa & Túmulo e Sob a Rosa) este se destaca como um favorito com toda certeza!

Agora que Amy já enfrentou tantos preconceitos e desafios para estar na R&T, lutou contra um grupo de seu próprio clube na sociedade que queria sabotar as Coveiras e terminou mais uma vez um relacionamento romântico de forma traumática, entramos no último semestre da garota na Universidade de Eli.

Com um início muito engraçado e divertido, Peterfreund nos situa rapidamente na trama e desenvolve muita ação. Os cavaleiros da C177 foram roubados pela Cabeça de Dragão sociedade rival e estão tentando invadir o mausoléu deles para pegar o artefato de volta. O que era para ser um trote comum entre sociedades acaba dando errado e Amy é identificada pelos membros da Cabeça de Dragão como uma Coveira.

Agora a guerra esta lançada, onde quer que vá Amy sofre as piores humilhações e vexames públicos. Em meio a esta rixa entre sociedades, Brandon ressurge na mente e talvez no coração de nossa querida Bogaboo com força total.

Mas será que ele é realmente uma opção? E porque Brandon não termina de vez com a namorada para ficar com Amy? Muitas perguntas sem resposta até a metade do livro. Entretanto, é quando Amy e outros integrantes do C177, além de Poe, vão para a ilha particular da R&T nas férias, que o livro engrena e pega fogo.

Amy achou que estaria a salvo de mais trotes da Cabeça de Dragão na ilha, mas alguns atentados à sua vida e às Coveiras vão mostrar a moça que a situação sempre pode piorar.

Este livro foi o meu favorito por muitos motivos: tem mais ação, o início não foi tão lento e Amy e seus amigos estão ainda mais engraçados. Mas a principal razão foi que, o romance que eu mais aguardava desde o primeiro livro finalmente aconteceu.

Não se pode dizer que Amy seja uma garota difícil, em cada livro ela está com algum carinha diferente! Mas, depois de tanta enrolação, ela finalmente caiu na real e ficou com o único garoto que era feito pra ela *-* Amei as cenas fofas entre os dois e mal posso esperar pra ler o último volume, Tap & Gown, que promete ser ainda mais divino (a Galera podia se mexer para lançar logo aqui no Brasil hein)!

Avaliação (de 1 a 5):

Francine Rivers – Amor de Redenção

Conheci esta obra através de uma resenha maravilhosa da Vivi Fair – blog Recanto da Chefa – que é autora de um ótimo livro nacional, A Caçadora: Sorriso de Vampiro (minha resenha desta obra você confere AQUI)! Mas vamos ao magnífico Amor de Redenção…

Um livro fabuloso! Amor de Redenção é uma obra que eu recomendo para qualquer um, por se tratar de um romance que aborda religião, família e, sobretudo, a força do amor e da fé nas nossas relações.

Começamos o livro conhecendo a infância triste de uma pobre menina, que perdeu a mãe e só teve desprezo do pai. No fim das contas, foi vendida à um monstro para ser prostituta. Lá ela se tornou Angel, uma jovem que não tinha mais nada no coração além de medo, revolta e conformismo.

Michael Hosea é quem vai tirá-la desta vida. Ele é um fazendeiro simples que tem uma fé inabalável em Deus. E este Deus é quem aponta Angel como a esposa que ele sempre pediu. Assim, Michael faz de tudo para convencê-la a largar aquela vida e casar-se com ele. Entretanto, essa é uma missão quase impossível, pois ela já não tem mais fé, não tem mais esperança e não tem mais sentimento.

Vocês podem estar estranhando o estilo de leitura, mas confesso que foi um dos melhores livros que li este ano, tão marcante, tocante e belo que não tenho nem palavras para descrever. Ao longo das páginas vamos acompanhar a redenção de uma jovem, um testemunho de fé e uma linda história de amor. Espero poder demonstrar aqui ao menos um pouco de tudo que senti lendo este livro.

Não sou a pessoa mais religiosa do mundo, e nem precisaria ser, mas confesso que chorei enquanto lia. Michael e Angel tem de passar por tantos problemas e ele enfrenta tanta coisa por ela… A moça está sempre fugindo, sempre se esquivando de uma ligação mais profunda. Seu temor dos homens e desprezo pela raça humana fica evidente em cada linha. Ela é cética sobre as intenções de Michael desde o começo, mas ele não lhe abandona jamais, pois Deus está sempre do seu lado incentivando-o a continuar buscando por ela, salvando-a e protegendo-a.

Isso mesmo, Deus fala com eles. A autora deixa claro que qualquer um pode se comunicar com Deus e ouvir suas respostas se realmente tiver fé suficiente! Não quero entrar em méritos religiosos, até porque isso não é coisa que se discuta, nem faz da beleza do livro melhor ou pior, apenas quero dizer que achei a obra fascinante, esplendorosa e que com certeza recomendo.

Uma das coisas mais impactantes do livro é a forma como a autora nos mostra o amor entre um homem de Deus e uma prostituta. O preconceito, a raiva e a inveja são características humanas muito presentes. Você irá sentir neste livro, mais do que sentiu em qualquer outro. Sentir raiva, dor, medo, angústia, nojo… Mas também sentir esperança, amor, felicidade, leveza. Enquanto lia, eu chorei diversas vezes, não só nas passagens mais tristes, mas também nas mais comuns. O poder de Francine Rivers de cativar o leitor é surpreendente.

Amor de Redenção é um livro muito marcante e envolvente, mas que não deve ser lido sem propósito. A leitura requer certa maturidade e reflexão, então não busquem este livro se estiverem atrás apenas de um passatempo, ele é muito mais que isso. Como diz uma das citações nas abas: “este é, possivelmente o melhor livro que você lerá na sua vida”. Só não digo que foi o melhor que já li, porque não conseguiria eleger um só, mas com certeza ele está numa galeria seleta de favoritos!

Se tivesse que definir o livro em uma palavra seria P-E-R-F-E-I-T-O! Ou talvez AMOR ainda refletisse melhor tudo que há nesta obra. Michael Hosea e Angel Tirzah, Amanda ou Sarah vão lhe dar uma lição de vida e uma história para jamais esquecer!

Avaliação (de 1 a 5):

Diana Peterfreund – Sob a Rosa

Amy Haskel está de volta, em mais uma aventura no mundo das sociedades secretas e Sob a Rosa vem nos contar como está sendo o segundo semestre de Amy como Coveira. Para quem ainda não leu a resenha, confiram o primeiro volume: Rosa & Túmulo.

Se a garota achou que seus problemas haviam acabado com a inclusão definitiva das mulheres na Sociedade, estava muito enganada. E este é apenas um dos problemas que Amy enfrenta.

Alguém de dentro da Rosa & Túmulo está vazando informações confidenciais sobre a Ordem na internet, e todos os patriarcas consideram isso uma afronta vinda diretamente do clube de Amy, o C177.

Agora eles precisam descobrir quem está por trás desse vazamento e se essa pessoa é a mesma que vem mandando e-mails ameaçadores para todas as Coveiras usando a conta secreta da R&T!

Mas, em meio a todo esse caos, nossa querida cavaleira arranja tempo para vida social. E uma vida social bem intensa e agitada, diga-se de passagem. O rolo com George Harrison Prescott está com tudo. Que não se diga nunca que Amy não aproveita a vida hein…

Achei este volume mais enrolado do que o primeiro, embora a escrita de Diana Petrefreund continue impecável e muito divertida, achei certos parágrafos desnecessários, e o início muito lento. Tenho uma queda por livros que já começam hiper movimentados e que me prendem logo de cara.

Mesmo assim, não há como negar que o livro é ótimo! Escrevendo sobre uma temática pouco abordada em romances jovens aqui no Brasil, Petrefreund nos mostra cada vez mais como é o mundinho das universidades de luxo, como a Ivy League.

Também temos um gostinho de como é a rivalidade entre elas e a mundialmente famosa Harvard. Adorei conhecer mais sobre os costumes dos universitários de lá, e vou dizer uma coisa, eles são bem diferentes dos daqui!

Pra início de conversa, a vida “adulta” para os americanos só começa após a faculdade, situação que poucos conseguem ter aqui no Brasil.

Com certeza recomendo muito essa série, é divertida e engraçada, mesclando mistério e suspense (não é a toa que comparam os livros aos de Dan Brown). Se você procura por um YA book mais adulto, sem nenhuma veia sobrenatural e com um tema criativo, este é seu livro!

Avaliação (de 1 a 5):

James Patterson – O diário de Suzana para Nicolas

James Patterson é um autor muito conhecido por seus livros de romance policial. Porém, foi uma novidade para mim que ele tenha escrito um romance, e ainda mais que este tenha sido publicado aqui no Brasil. Apesar da capa, que eu sinceramente não gostei, fiquei curiosa para saber se a escrita deste autor me cativaria ou não.

Já tinha ouvido tanto críticas positivas quanto negativas sobre os livros policiais de Patterson, e sobre estes realmente não posso opinar. Mas em relação à este belíssimo romance que hoje resenho, só tenho a dizer: James Patterson é um gênio.

Com um sensibilidade incrível e uma escrita linda, o autor nos guia ao longo da 224 páginas com muita criatividade, romance e sentimento.

Diário de Suzana para Nicolas é um livro lindo, do qual você pode esperar muitas lágrimas e muitos sorrisos. Nele conhecemos a história de Katie. Ela estava perdidamente apaixonada, e sabia que era correspondida. Porém, ao preparar um lindo jantar para Matt, seu namorado e futuro esposo, segundo ela imaginava termina tudo de forma abrupta.

Ela fica arrasada, sem chão, sentindo seu coração se estilhaçar em mil pedacinhos. Por que Matt faria isso com ela? Ela teria imaginado que o sentimento dele era verdadeiro esse tempo todo?

As respostas para todas essas perguntas chegam sob a forma de um diário, que Matt deixa na soleira da porta de Katie após o rompimento. Mesmo amargurada, ela resolve ler o diário, que promete mostrar a ela o passado de Matt.

Porém, aquele não é qualquer diário, é o diário de Suzana para Nicolas. Mas quem seriam estes dois personagens que pareciam fazer parte do passado de Matt e ainda mais de seu presente e futuro?

Estas são questões que o autor vai desvendando ao longo de todo livro. Cada página se revela uma surpresa e a história tem tudo para tocar seu coração. Eu, particularmente, fiquei encantada com o livro, com a escrita tão bonita de James Patterson e com a forma como ele conduziu a narrativa. Hora estamos no presente com Katie, hora mergulhamos com ela no mundo de Matt, Suzana e Nicolas, um trio unido para sempre.

Não quero contar muito mais sobre o enredo, pois o melhor do livro está na forma como nos surpreendemos com o rumo dos acontecimentos.

Com certeza é um livro que eu recomendo à todos os leitores, de todos os tipos. Este é um romance atemporal, capaz de agradar à homens e mulheres. Tem seu lado dramático e seu lado engraçado, falando de como a vida de pessoas tão diferentes pode se entrelaças e como o destino nem sempre trabalha do jeito que desejamos, mas mesmo assim nos reserva muitas surpresas.

A edição da Arqueiro ficou muito boa, o texto está bem revisado e não encontrei erros. A capa, como já mencionei, não é o que eu escolheria para o livro, pois não acho que retrate bem a obra, nem que seja bonita. Poderia ser algo muito melhor elaborado, mas mesmo assim a escolha de cores ficou legal até.

Agora que me encantei com esta obra, com certeza vou querer ler os demais livros do autor publicados por aqui, até porque eu adoro um bom romance policial e faz tempo que não pego nada do gênero mesmo tendo O Hipnotista há mais de um mês aqui em casa, hehe.

Avaliação (de 1 a 5):

Nicholas Sparks – Um Homem de Sorte

Com toda certeza este é o melhor livro do Nicholas Sparks que eu já li. E isso quer dizer muita coisa hein, achei que nenhum iria conseguir pegar o posto ocupado por Querido John e A última Música, os primeiros e melhores livros dele que eu havia lido.

Mas The Lucky One, ou O Homem de Sorte, em português, conseguiu superar todas as minhas expectativas. Um livro lindo, emocionante, romântico e cativante. Dúvidas de que amei?

O Sr. Sparks é mundialmente conhecido por seus romances dramáticos, tristes, profundos e comoventes. E eu sempre fui fã do autor. Mesmo assim, já li livros dele que não foram assim tão bons e, depois de ler Anna e o Beijo Francês, comecei a refletir sobre alguns pontos éticos da escrita de Nicholas (só vocês lendo Anna para entender, quem já leu me diz o que achou).

Mesmo assim é inegável o poder do autor em nos emocionar, fazer chorar e sorrir com seus personagens marcantes, cenários belíssimos e histórias que poderiam ser tão reais como as nossas, o que torna tudo muito mais interessante.

Um Homem de Sorte nos conta a história de Thibault, um soldado americano que viveu muitos horrores em suas três idas ao Afeganistão. Ele, diferentemente de muitos outros colegas e amigos, sobreviveu para contar sua saga, e acredita fielmente que isso se deve a uma foto, encontrada em meio ao treinamento. Uma foto que o protegeu de todos os perigos que cruzaram seu caminho.

Esta foto, de uma mulher loira, bonita e sorridente, é sua obsessão agora que voltou definitivamente ao seu país. Através de pistas lógicas e de muita dedução, ele embarca em uma viagem por vários estados para achar a misteriosa mulher da sorte.

Não quero falar muito sobre o enredo, pois o mais divertido e emocionante de toda história é irmos fazendo as descobertas no ritmo do autor. Ponto positivo marcante de Sparks é que cada cena e diálogo, por mais insignificante, quer dizer algo e tem relevância, seja para a trama diretamente, seja para a mensagem que o livro todo quer passar.

Sou fascinada pela escrita do autor, romântica, poética e muito linda. Feita para nos emocionar e empolgar, sendo capaz de agradar qualquer público, do jovem aos adultos e seniores.

É muito legal ir até livrarias e encontrar senhoras e senhores em volta de livros do Nicholas e poder conversar com todos sobre seus favoritos. Acho que esta é a principal mágica do autor e, só por isso, é impossível não indicar suas obras.

Mas Um Homem de Sorte, em especial, é um livro que me marcou, tem uma trama rica e deliciosa de se ler, além de trazer uma mensagem super importante sobre escolhas, amor, confiança, responsabilidades e esperança.

Se você nunca leu nada do autor, recomendo fortemente este livro, você verá Sparks em sua melhor forma. E se você, assim como eu, já é fã de carteirinha de Nicholas, não perca tempo. The Lucky One é indispensável em sua coleção!

Avaliação (de 1 a 5):

Katarina Mazetti – Amor Fora de Hora

Essa capa fofa, que logo me chamou atenção e me fez desejar o livro, foi o anúncio de que era muito possível eu não gostar da obra.  Explico: logo que peguei Amor fora de hora para ler, comecei a reparar nos pequenos detalhes da capa (a essa altura vocês já sabem que sou praticamente paranóica com relação a todo tipo de detalhe, coisas fora de proporção, ordem ou simetria, o que é uma característica marcante dos arquitetos, então me perdoem, mas estou sendo preparada diariamente para isso).

Tudo ia muito bem, a foto da capa tinha uma idéia legal para passar, as cores estavam bonitas… Mas aí os braços do cara que estão agarrando a moça começaram a me incomodar. Minha mente não aceitava aquelas mãos tão próximas à bunda da garota. Por que não segurar a cintura ou então as pernas? Eu sei, paranóia minha! Então, comecei a analisar melhor a sandália da garota sou mulher né, sapato é um outro vício e fiquei horrorizada. Sério, deram uma sandália no mínimo uns três números maior do que a modelo calça!!! Ela ficou com uma enorme parte da sandália sobrando na frente! Passei a detestar a capa depois disso… Que falta de cuidado ao tirar uma foto. E uma foto que vai parar na capa de um livro!

Agora o que todas essas minhas loucuras e divagações tem a ver com a trama do livro? Elementar: um livro que começou sua história comigo com o pé esquerdo é muito difícil de me agradar. E não deu outra, terminei sentindo que havia desperdiçado meu dinheiro ainda bem que foi bem pouco nesta obra.

Amor fora de hora conta a história de Desirée, uma viúva  jovem ainda, sem filhos e sem grandes perspectivas de vida. Ela vai muito ao cemitério descarregar sua raiva no marido morto por tê-la abandonado e também para refletir sobre seu casamento, que nunca foi dos mais amorosos ou perfeito.

Quem também vai muito ao cemitério, para trabalhar, admirar e cuidar a lápide vizinha à de Desirée é Benny. Ele é um fazendeiro simples, que perdeu a mãe recentemente e não sabe lidar muito bem com sua vida sem ela. Apesar de já ser bem grandinho, Benny era extremamente dependente dela, e agora se vê num grande vazio, solitário e sem companhia que não seja a das vacas.

Um cemitério é o lugar mais improvável para que o amor aconteça, mas este é o destino dos dois, que embarcam em uma relação profunda, cheia de conflitos internos e diferenças culturais. Se você, assim como eu, leu a sinopse e saiu pensando em um lindo e maravilhoso romance, pode esquecer…

Desirée é uma mulher da cidade, acostumada a fazer apenas seu trabalho na biblioteca e nada mais. Já Benny necessita de uma mulher que preencha a lacuna que sua mãe deixou: faça comida, limpe a casa, ajude na fazenda, etc. Caramba, como esse cara é machista, não consegui me identificar com ele por causa disso. Porém, também não consegui gostar muito de Desirée, que é tão prepotente e petulante em algumas partes.

O amor dos dois tinha tudo para dar certo, mas ambos parecem fazer o máximo possível para que isso não aconteça. As páginas que são poucas passaram rápido, mesmo que eu não estivesse conectada à trama. Acabei terminando um tanto quanto frustrada. O livro não trouxe nada daquilo que eu esperava e ainda fiquei com uma capa que não posso nem ver junto à minha coleção.

Fazer o que, apostei e perdi, não queria ter comprado o livro e esta é uma leitura que não me faria falta. Não gostei do final, que ficou solto e deixou o romance todo em suspenso, queria saber o que acontece com os dois e fiquei chupando dedo.

Não recomendo se você vê problemas nos pontos que eu citei. Agora, se você é daqueles leitores que não se importa com uma narrativa mais parada, personagens que dão vontade de bater e um final não tão bom quanto você quer, leia Amor fora de hora sem medo.

Avaliação (de 1 a 5):

Stacey Jay – Julieta Imortal

Já havia lido inúmeras resenhas deste livro e ainda assim não sabia ao certo o que esperar de Julieta Imortal. Ao terminar a leitura saí totalmente satisfeita e encantada com a trama que, apesar de não ser totalmente perfeita, é muito muito boa!

Stacy Jay provou ser dotada de uma profunda criatividade e vasto talento ao reescrever a obra mais famosa de Shakespeare, onde Romeu e Julieta são inimigos mortais que se reencontram ao longo dos séculos.

Julieta se entregou ao amor e a Romeu, mas foi traída e morta por seu marido. Sua salvação foi ter sido transformada em uma Embaixadora da Luz, cargo que a faz ser imortal, ajudando as almas gêmeas a ficarem juntas e as protegendo dos Mercenários.

Romeu, ao assassinar Julieta, sua alma gêmea, se tornou um Mercenário e também é um imortal, possuindo corpos humanos mortos para tentar acabar com as almas gêmeas e, de quebra, matar de vez sua Julieta.

Ambos não possuem corpos próprios, apenas podem habitar o de outros humanos, e assim vem competindo há muitos séculos, um defendendo a luz, o outro a escuridão.

Uma versão completamente diferente da shakespeariana, não é mesmo? E, pelo menos para mim, diferente é sempre uma coisa boa.

Adorei conhecer esta nova visão do romance épico mais famoso da história, em uma trama repleta de sobrenatural, que fala do bem e do mal e, sobretudo, do poder do amor.

Começamos a trama quando Julieta assume uma nova forma, no corpo da jovem Ariel, que acaba de sofrer um grave acidente. Ela é uma menina problemática, junto com o corpo vêm todas as lembranças da vida da garota. E logo de cara ela é encontrada por Romeu, que sempre acaba perseguindo-a.

Depois de tentar, em vão, fugir dele, ela é socorrida por Ben, um garoto muito fofo e meigo.

Assumindo a vida de Ariel, Julieta deve encontrar o casal de almas gêmeas e ajudá-las e ficarem juntas, antes que Romeu faça com que um dos dois assassine o outro.

Mas esta não será uma tarefa nada fácil, pois logo a garota descobre que essa encarnação tem tudo para ser diferente e é, muito provavelmente, o seu último trabalho…

Mergulhamos completamente neste mundo surreal criado pela autora, que vai levando a narrativa de forma rápida e super leve. Li em dois dias e terminei com um gostinho de quero mais!

Ainda bem que existe um segundo livro, o qual estou louca para ler, por sinal. Algumas dúvidas são deixadas em aberto neste volume, mas segundo a editora Novo Conceito, Julieta Imortal não é uma série, serão somente estes dois livros mesmo.

Talvez quem seja fã de carteirinha das obras de Shakespeare não vá apreciar esta obra, que mexe em toda a estrutura do romance e é muito mais juvenil do que o original. Eu, que não sou apegada aos clássicos desta forma e adoro releituras, achei o livro intrigante e delicioso.

Algumas partes do texto são desnecessárias e o início do livro é super confuso, pois demoramos um pouco para conhecer a história de Julieta e o que aconteceu com o casal no passado. Porém, depois de umas 30 a 40 páginas a leitura flui naturalmente e você não deseja mais parar de ler até descobrir o que vai acontecer no final.

Muitos elogios à edição da Novo Conceito, que deu uma capa belíssima ao livro e uma edição muito legal. Adorei! Com certeza o livro está recomendado!

Avaliação (de 1 a 5):

Nora Roberts – O Vale do Silêncio

Resenha sem spoilers! Para ler resenha de A Cruz de Morrigan e O Baile dos Deuses, clique sobre os títulos.

Um desfecho muito bom. Assim poderia ser definido o último volume da Trilogia do Círculo, saga que iniciou Nora Roberts no mundo dos vampiros. Estava com altas expectativas em cima deste livro o que sempre atrapalha, até porque o romance que ele abordaria prometia ser o mais espetacular. E foi mesmo um romance lindo, mas ainda senti que poderia ser melhor.

Cian e Moira não poderiam ser mais diferentes e terem abismo maior entre si. Ele é um vampiro antigo, que já viu muita coisa neste mundo e sempre aparenta não ter sentimentos. Já Moira é a rainha de Geall, uma erudita que teve seus pais mortos por outros da espécie de Cian.

O povo de Moira não recebe muito bem o vampiro e encara sua presença como uma ameaça, o que dificulta ainda mais uma aproximação. Mas ele são parte do Círculo de seis, e por este motivo estão destinados a se unirem, mesmo com tanta influência negativa externa.

O livro narra os últimos preparativos para a batalha final contra a poderosa e temida Lilith, acompanhamos mais a vilã neste livro, com passagens dela e seus súditos, o que eu gostei muito. É bacana podermos ver o outro lado da moeda e outros pontos de vista. Adorei especialmente Davey, o “filho” da vampira, que teve um papel importante na trama.

Realmente a única coisa que me desapontou de certa forma foi o romance de Cian e Moira. Por ele ser um vampiro eu estava esperando… não sei, mais alguma coisa, algo que faltou. Bem confuso, eu sei. Mas não consigo precisar o que é, sabem quando sentimos falta de algo e não conseguimos dizer o quê? Foi mais ou menos assim.

Não que não tenham cenas sexy e divinas de amor e paixão, claro que tem é Nora Roberts escrevendo afinal, mas acho que Cian perdeu um pouco a característica da acidez e do sarcasmo, que eu tanto amava, para se tornar um cordeirinho apaixonado muito rápido. O início do caso poderia ser mais lento, trabalhado em fogo brando!

Mesmo assim, como já disse, adorei o livro, achei um final muito bom e entrou para minha galeria de séries da Nora favoritas. O foco diferenciado que ela deu aos vampiros deu um charme especial à Trilogia do Círculo.

Recomendo para os amantes da literatura sobrenatural adulta nada de crianças lendo, ok!

Avaliação (de 1 a 5):

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